domingo, 24 de julho de 2011

GERAÇÃO ESPONTÂNEA


Uma das maiores preocupações dos pesquisadores preocupados com a formação do nosso mundo, o planeta Terra, sem dúvida, tem sido a de saber como pôde aparecer vida nele, após seu provável resfriamento, segundo os conceitos primitivos correlatos com esta formação.

A primeira suposição sugerida foi admitir que a vida tenha aparecido, inicialmente, por geração espontânea, ou seja, surgido do nada ou das próprias cinzas remanescentes da massa incandescente que, segundo os arqueólogos, formaria o planeta.

Tudo baseado nos conhecimentos do passado, calcados nas parcas observações de nossos cientistas, sem grandes amparos nos mesmos, por falta de condições para obter dados precisos ou, quando muito, satisfatórios. E que girava em torno de possíveis fatos conhecidos.

Para provar a geração espontânea, os biólogos colocavam um pedaço de carne ao ar livre e, em pouco tempo, nele apareciam larvas dando a idéia de que haviam brotado da própria carne. Ali, tudo indicava que esta forma de vida teria vindo do nada, mas, Louis Pasteur, para provar que a vida não aparecia do dito nada, simplesmente, cobriu a fatia de carne com uma tela metálica que não permitisse que a mosca varejeira depositasse seus ovos na mesma, destruindo a hipotética afirmativa de que aquelas larvas teriam surgido sem causa senão a transformação a partir da própria carne. Ou seja, que haviam sido espontaneamente geradas.

Mas, evidentemente, naquela época, a ciência era muito mais empírica do que experimental e calcada nos sulcos religiosos – como comenta A. Kardec em A Gênese – que não lhe permitia maiores rasgos em seus estudos. E, de sobejo, estava o conceito religioso da “Vontade de Deus”, causa de tudo, que não podia ser discutido, sob pena de inflamar-se a Sua ira.

Apesar disso, foram engendradas as mais curiosas e estapafúrdias sugestões, a partir da idéia de que a vida primitiva se resumia em formas invisíveis, rudimentares que teriam resistido às altas temperaturas da possível lava que se resfriara para formar nosso planeta até a possibilidade de seres oriundos do espaço que teriam penetrado em nossa atmosfera nos primórdios da existência planetária. Eram os cientistas procurando algo plausível como justificativa para suas teses.

De qualquer maneira, as pesquisas confirmam que a mais primitiva forma de vida biológica é a dos plânctons, que teria se formado da reunião de substâncias orgânicas elementares encontradas na água e quiçá do próprio dióxido de carbono provavelmente existente em nossa atmosfera. Neste segundo caso restaria saber como o gás poderia ter permitido que as formas orgânicas primitivas tivessem capacidade de se estruturar a partir do ambiente atmosférico; na primeira e mais simples, admite-se a existência de alguma cadeia carbônica que poderia ter sido o metano.

Por ser justamente a mais simples forma orgânica –composta por quatro átomos de hidrogênio e um de carbono –, o metano, inicialmente, adviria de rochas carbônicas submersas nas águas; mas, esta conclusão, leva os químicos a admitirem que outras substâncias mais complexas poderiam ter surgido a partir das mesmas lavas incandescentes como as que até hoje os vulcões expelem, vindo cair em mananciais ou depósitos hídricos da superfície terrestre retidos pela crosta já esfriada.

Contudo, paira a dúvida da forma pela qual a substância mineral carbônica teria se transformado num ser biológico orgânico e, então, voltaria a se admitir que esta transformação nada mais seria do que uma forma de geração biológica espontânea peculiar.

E retornava-se à estaca inicial.

Restava a hipótese da semente espacial.

Os seres vivos mais elementares existentes no espaço sideral encontrariam a atmosfera do nosso planeta, introduzindo-se nela a partir do que, sua gravidade faria o resto da caminhada até a superfície terrena. As sementes caídas na água gerariam os plânctons primitivos.

O único embargo a esta hipótese é imaginar-se de onde teriam vindo estas sementes. Provavelmente de planetas distantes já que os mais próximos de nós não sugerem nenhuma forma de vida capaz de nos semear com tal elemento. Mas como estas vidas caminhariam errantes pelo espaço sideral? E como se proveriam do sustento enquanto errantes?

A coisa se agrava quando se verifica que não se penetra tão facilmente em nossa atmosfera sem passar por grande risco. Isto faria com que, provavelmente, tais sementes não resistissem às intempéries das quais fossem vítimas.

Um novo alento para hipóteses mais atualizadas surgiu quando os astrônomos verificaram que a formação de um sistema planetário não está ligada ao esfacelamento de nenhum astro luminoso capaz de se fragmentar em peças resfriáveis e de se tornarem planetas. Pelo contrário, tudo indica que uma ação de forças estranhas ao Universo atue sobre a poeira cósmica agregando-a sob forma de astro e, justamente, no efeito da compressão é que geraria as camadas internas incandescentes.

Os observatórios do Haway, mais especificamente o Keck II descobriram este fato estudando tais reações em torno da estrela Alfa Centaurus.

A vida biológica, pois, não poderia ter surgido junto com a criação do planeta, em que pesem informação em contrário, baseadas nas velhas tradições a respeito da formação da Terra. No caso, sem dúvida, Kardec, na Gênese, apresenta hipóteses bem mais condizentes com a realidade atual.

E volta-se à indagação inicial: então, como poderia ter surgido a vida na Terra, sem que fosse pela geração espontânea?

A migração pelo espaço cósmico completamente improvável levaria à conclusão de que a vida seria anterior à Terra e muito próxima dela, contudo, até hoje, apesar das novas técnicas, não se pôde constatar tal fato. E tudo indica que esta forma de vida que se apresenta entre nós seja exclusividade do nosso planeta. O que não elimina a possibilidade de existir algum ser em outro astro com formação diversa. Mas esta não seria a fonte migratória da que existe em nosso orbe.

Por outro lado, admitir que o material primitivo que veio a se constituir na formação terráquea já traria a vida latente também nos leva a indagação: de onde teria vindo tal matéria contendo, mesmo que seja, a semente inicial dos aludidos plânctons?

Recaímos no caso anterior: a vida já existiria bem próxima de nós. Mas, onde?

Tem-se que ressaltar que todas essas explicações materialistas só admitem uma única forma de vida: biologicamente oriunda de algum outro sistema que a contivesse e de onde houvesse migrado para a Terra. Talvez aí esteja a grande dificuldade de se encontrar algo satisfatório e justificável.

Todavia, infelizmente, na área biológica, os conceitos continuam arraigadamente materialistas, como se a energia em si pudesse gerar tudo, inclusive o princípio vital dos seres vivos, contrariando, evidentemente o que já se sabe a seu respeito, ou seja, que a energia universal é amorfa e se encontra em expansão. Como tal, incapaz de se alterar por si mesma.

Os novos rumos da Ciência

Se, por um lado, os cientistas não conseguem encontrar uma justificativa para a existência da vida biológica em nosso planeta, já não se pode dizer o mesmo dos físicos, embora estes jamais tenham se excursionado no campo dos organismos conhecidos como seres vivos.

Foi em 1975 que Murray Gell Mann deu início às suas descobertas pesquisando, no acelerador de partículas da Stanford University o que ocorreria com a colisão de elétrons e seu correspondente antimaterial, o pósitron.

Evidentemente, nestes últimos vinte e nove anos, a evolução dos seus estudos foi enorme e hoje, tem-se como mais provável a tese de que, como a energia universal, por si só, seria incapaz de se alterar, e mais, como – já dizia Werner Heisenberg que certas partículas tinham vontade própria – os elementos atômicos se portam de maneira que permitiram a Gell Mann equacionar a possível existência de um agente externo ao Universo com capacidade para estruturá-los e comandá-los (a provável vontade própria), a conclusão óbvia é a de que, até mesmo as sub-partículas só se formariam se tais agentes estruturadores – atualmente conhecidos como frameworkers – de fato, fossem capazes de atuar sobre a dita energia, modulando-a e dando-lhe as formas que seriam as mais elementares partículas atômicas.

Ainda, dentro da mesma hipótese de estudo, agentes estruturadores mais elevados reuniriam estas partículas para formarem o átomo e, assim, sucessivamente, na constituição da molécula e dos corpos, agentes esses elementares e incapazes de dotarem tais corpos de estrutura biológica.

Em que estas pesquisas e descobertas poderiam contribuir para se imaginar a maneira pela qual teria nascido a vida primitiva em nosso planeta?

O princípio da formação universal é único, logo, o que vale para n =1 também vale para n+1 em linguagem matemática, ou seja, o que acontece no micro se repete no macro e assim por diante, portanto, se é válido para a formação da partícula em si também o será para a concepção da forma biológica primitiva.

E, então, Allan Kardec estava certo quando supunha que a geração espontânea biológica como é por ele exposta seria a causa da existência do princípio vital em nosso planeta, independente de qualquer migração biológica de algures que jamais foi detectada.

Por analogia aos estudos da partícula, imaginemos que, de fato, nas águas do planeta fossem encontradas cadeias carbônicas as mais diversas, provocadas pela queima mineral a altas temperaturas em que esteve sujeito nosso planeta durante sua formação.

E que, sobre estas cadeias, agentes biológicos primitivos, externos ao Universo, pudessem atuar para dar-lhes estrutura, não mais mineral, porém, com vida vegetativa. Evidentemente, em vez de estruturarem uma partícula atômica, gerariam uma célula orgânica. O princípio é o mesmo. A origem destes agentes também procede do mesmo domínio ao qual pertencem os frameworkers, e que, como tal, externo ao Universo, para que possa atuar em nosso sistema.

Claro e evidente que os estruturadores teriam que ser compatíveis com as formas estruturadas, daí imaginar-se que o domínio de sua existência possa ser o mesmo. E que nele existam todas as formas capazes de se materializarem no Universo, o que explicaria, até, o fenômeno observado em torno da Alfa Centauro, em outras proporções.

Não seria uma geração espontânea do nada, embora os cientistas já tenham conseguido detectar a existência desse nada (peso sem massa), mas a partir de um estruturador que, por pertencer a outro domínio interligado com o Universo e do qual possam agir sobre este, porém, espontânea no sentido de não ter tido anteriormente nenhuma outra causa biológica plausível para sua formação ligada ao sistema puramente material.

E Kardec estaria absolutamente certo.

Todavia, o grande problema é que os biólogos insistem em querer encontrar na matéria pura a causa de tudo, mesmo depois que ficou provado que, sendo efeito da condensação de energia, esta matéria jamais poderá ser causa de nada.

Resta, agora, provar que o domínio de existência dos agentes estruturadores é a própria espiritualidade e teremos chegado à conclusão final de que sua existência explicaria até a própria Gênese universal.


Carlos de Brito Imbassahy e Carmem Imbassahy



Este artigo pode ser encontrado também no site TERRA ESPIRITUAL

http://www.terraespiritual.locaweb.com.br/espiritismo/artigo274.html


Publicado neste Portal A ERA DO ESPÍRITO com a autorização do autor.





texto - http://aeradoespirito.sites.uol.com.br/a era do espirito/portal/artigos

imagem - declaracaodeamor.com

Um comentário:

Jorge Nectan disse...

Kardec não colocaria no livro A Gênese algo ilógico. Creio que a explicação do Imbassahi tenha lógica.
Como a teoria da panspermia é a mais aceita hoje, a teoria kardecista também se baseia nisso, mas a vida vinda de uma outra "dimensão" e não do espaço exterior.

Um assunto apaixonante e ainda polêmico.

Um abraço

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