quarta-feira, 3 de março de 2010

ESTUDOS ESPÍRITAS - AMOR


Joanna de Ângelis (espírito)

Conceito - Múltiplas, através dos tempos, hão sido as conceituações do amor. Variando desde as exaltações grandiloqüentes aos excelsos ideais da Humanidade, tem descido aos mais vis estágios da sensualidade desgovernada e criminosa.

Inspirando guerras de religião, como devotamento a Deus, ou levantando Nações contra agressores infelizes, sua mensagem tem transitado das explosões bárbaras às culminâncias da santificação.

Para uns significa o alvo legítimo das nobres emoções do sentimento elevado; para outros é impulso grotesco da carne, em conúbio com a ambição desatrelada e a posse insaciada.

Empédocles, por exemplo, motivado pela vitalidade poderosa do amor, definiu-o como sendo a "força que preside à ordem no mundo", incidindo, sem dúvida, no conceito de que a Divindade é amor, enquanto a Criação resulta de um ato de amor. Já Heráclito, desapercebido da transcendência do amor, informava que o amor tem como estímulo os contrastes, sem mais significativas conseqüências. Sócrates, na sua doutrina Maiêutica, distinguia-o pela feição divina - aquela que reúne todos e tudo - e pela expressão vulgar - como corrupção, aquela que abastarda os homens e os vence inexoravelmente.

A doutrina hedonista, de Epicuro, não conseguiu situá-lo além das exigências de natureza fisiológica e sensual, animalizando-o apenas.

Zenão tomou-o pelo ideal de beleza, que engendra a força estóica da libertação dos sentidos mais grosseiros, elevando o ser.

Plutarco descobriu-lhe as exteriorizações em forma de paixão arrastadora como de fervor enobrecido.

Os modernos pensadores da linhas utilitaristas, os sensualistas e existencialistas reduzem-no ao apetite sexual, desconcertando o equilíbrio dos centros genésicos, e, estimulados pela idéia da libido freudiana, não fazem honesta distinção entre o fator eminentemente reprodutor no uso do sexo e a perversão do abuso, no prazer anestesiante das imposições grandulares.

Os santos, os heróis da abnegação, os apóstolos da Ciência, da Arte, do Humanismo e da Fé; no entanto, nele encontraram sempre o élan de enobrecimento e a força superior que os sustentaram nas ingentes batalhas que empreenderam pela beleza, pela vida, pelo progresso, pelo engrandecimento dos homens.

Jesus exalçou-o à maior culminância, lecionando-o pela vivência e assim reformulando os ideais e os conceitos éticos até então vigentes, conclamando a que todos se amassem, mesmo em relação com os inimigos e verdugos, por serem exatamente esses os mais carecentes da força persuasiva e poderosa do amor.

Com a dinâmica do amor, Ele revitalizou as esperanças humanas e inaugurou um reino ideal de paz e fraternidade, que lentamente, vem dominando a Terra, fazendo desde agora antever-se a possibilidade de felizes e prósperos dias para todas as criaturas do futuro.

O amor, sem dúvida, é hábito divino fecundando a vida, pois que, sem o amor, a Criação não existiria.

Nos vórtices centrais do Universo o amor tem caráter preponderante como força de atração, coesão e repulsão que mantém o equilíbrio geral.

Desenvolvimento - Um estudo filosófico do amor apresentando-o sob dois aspectos a considerar: o que procede das tendências eletivas e o das inclinações domésticas. No primeiro grupo estão as expressões do ideal ou manifestações platônicas, o que dimana da razão, o sensual, o fisiológico... E no outro, os da consangüinidade, tais: o amor familial, o conjugal...

O amor por eleição procede das fontes íntimas do sentimento e se expressa na oscilação variável dos impulsos imediatos, desde a brutalidade, em que se exterioriza, animalizado, até às excelentes manifestações do fervor estético e estésico, em que se sublima, nas culminâncias da santidade.

Desse modo, mesmo quando enlouquecido, enseja experiência de aprimoramento, transitando do campo das formas para as rutilâncias da renunciação.

Assim, o egoísmo, que se traduz como amor ao próprio eu, é enfermidade de largo porte, em cujo campo medram problemas e desaires de complexidades diversas.

A ambição resulta do desconcerto do amor, que desvaira.

A calúnia traduz a loucura do amor.

A renúncia representa a sublimação do amor.

A fraternidade exterioriza o amor que se espraia.

A autodoação manifesta o amor que encontrou Deus e se oferece ao próximo.

Há sempre lugar e oportunidade para o elevado exercício do amor. Inserto no espírito por herança divina, revela-se a princípio como posse que retém, desejo que domina, necessidade que se impõe, a fim de agigantar-se, logo depois, em libertação do ser amado, compreensão ampliada, abnegação feliz, tudo fazendo por a quem ama, sem imediatismo, nem tormento, nem precipitação. Sabe esperar, consegue ceder, lobriga entender sempre e sempre desculpar.

O amor é tudo. Resume-se em amar.

O trânsito das exteriorizações em que se expressa é caminho para as suas próprias culminâncias.

Jesus e Amor - Quantos O precederam na condição de Seus embaixadores, compreenderam-lhe o impositivo e alguns tentaram vivê-lo. Muitos que vieram depois, sob

Sua inspiração, conseguiram exemplificá-lo. Foi, porém, Ele quem o atingiu na mais pura exteriorização, fazendo de todas as suas horas, palavras, pensamentos e ações, atos de amor.

Grassando a hediondez da brutalidade, a se traduzir pela violência da força e mediante a vilania da corrupção, Sua vida é uma resposta aos vencedores-vencidos em si mesmos, mantendo inalterada serenidade, com absoluto desinteresse pelas ilusões da transitoriedade física, de tal modo característica e real que reformulou o código vigente e reestruturou o pensamento dos dias porvindouros.

Amou os não amados sem se preocupar com os perseguidores dos fracos, fracos que também são em si mesmos.

Amou os vencidos sem recear os seus escravizadores, a seu turno escravos de outros senhores, que podem ser: paixões, posições ou engodos.

E quando instalou o primado do amor na Terra, deixou-se crucificar para adubar o solo das almas com o seu sacrifício, como a dizer que no amor se encontram o princípio e o fim de tudo e de todas as criaturas.

Estudo e Meditação:

"O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos. (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questão 886)

"O amor é de essência divina e todos vós, do primeiro ao último, tendes, no fundo do coração, a centelha desse fogo sagrado. É fato, que já haveis podido comprovar muitas vezes, este: o homem, por mais abjeto, vil e criminoso, que seja, vota a um ente ou a um objeto qualquer viva e ardente afeição, à prova de tudo quanto tendesse a diminuí-la e que alcança, não raro, sublimes proporções." (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, cap. XI, item 9.)


Texto extraído do livro Estudos Espíritas, de Divaldo Pereira Franco pelo espírito de Joanna de Ângelis.


endereço: http://www.panoramaespirita.com.br/ imagem: formyfamilyandmyfriends.blogspot.com


2 comentários:

Norma Villares disse...

Que lindo, somente na leitura, emociona, né.
O amor sempre movimenta forças e energias espirituais.
Grande verdades para refletir.
Somente o amor constrói.
Grande a afetuoso abraço

Jorge Nectan disse...

Norma, amiga do coração,

O Amor. Ah! o Amor!!!

Anjo, um beijo neste teu grande coração,
Jorge

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